sábado, junho 18, 2005

A montanha pariu um rato

Afinal a grandiosa manifestação “Pacifica” contra a criminalidade, não foi mais que uma pequena reunião de neofascistas com o intuito de expressar, recorrendo à violência (a Policia teve de intervir), a sua opinião acerca dos imigrantes em Portugal.
Para quem estava à espera de uma grande demonstração de força as suas expectativas saíram goradas, cerca de 400 pessoas, repito 400 atrasados mentais, que antes de pensar nas causas do estado das coisas, preferem escolher a via mais rápida ou seja atribuir a culpa de todo o mal a uma, ou varias etnias que na sua grande maioria, tentam apenas ter uma vida melhor neste Pais à beira mar plantado.
Fiquei orgulhoso do meu País por saber que num universo de 11000000 de habitantes apenas 400 almas acham que a resolução dos problemas passam pela violência racial e pela xenofobia,
É claro que tenho a noção que as coisas não estão bem, mas será justo considerar uma pessoa culpada apenas porque nasceu num país diferente ou porque é de outra cor?
Lembrem-se que se um dia os Franceses, os Alemães, os Suíços, os Luxemburgueses, os Americanos, os Brasileiros, os Sul-africanos, os Angolanos, os Moçambicanos, os Venezuelanos, os Chineses (Macau), Os Canadianos entre outros decidirem expulsar todos os portugueses e seus descendentes do seu território, nós deixaremos de ser 11 milhões e passaremos a ser qualquer coisa com 20/21 milhões, pensem que condições de sobrevivência teríamos, e em todas as consequências negativas para o nosso país, não se esqueçam que o nosso país é extremamente dependente do dinheiro dos nossos imigrantes.
Analisem bem o problema, também acho que o lugar dos criminosos é na cadeia, mas só é criminoso quem comete um crime e não quem tem a mesma cor do criminoso.

Obrigado Portugal por esta grande, mesmo muito grande manifestação de anti fascismo!!!

sexta-feira, junho 17, 2005

comecem por outro

Que isto está mal toda gente sabe, o principal problema é que as reformas no entender dos portugueses devem sempre começar pelo vizinho do lado, sempre que nos vão ao bolso, ainda que com justiça, fazemos greve, não sou contra as greves, antes pelo contrário, mas é preciso saber se a mesma é ou não justa. Em termos de justiça social, numa situação de crise, é bem justo começar por aqueles que têm mais do que por aqueles que têm muito pouco.
Numa altura em que se fala da viabilidade da segurança social, é claro e evidente que tem de se fazer algo, as hipóteses derivam entre aumentar o numero de anos de desconto ou o valor das contribuições, o valor das contribuições mexe desde já com a nossa qualidade de vida, por isso não é uma boa opção, quanto ao aumento do numero de anos de desconto, não é viável que um trolha ou um pescador possa trabalhar até ao 70 anos pois actualmente o seu regime já contempla os 65 como idade de reforma. Perante esta situação e no sentido de equiparar todos os cidadãos portugueses, este governo decidiu, e bem, proceder ao aumento gradual da idade de reforma para os trabalhadores da função pública. Em teoria eu acho que todos os trabalhadores deveriam ter o mesmo número de anos de contribuição, o facto de trabalharem para o estado não deveria ser situação de excepção.
Não acham bem mais lógico um professor de 60 anos do que um trolha de 70?
È evidente que todos temos esta opinião, mas o problema foi o que eu referi no inicio do post, reformar é preciso mas comecem por outro!!!!!

Vamos também dizer basta!!!

Se quer trabalhar menos 10 anos que todos os outros cidadãos, se quer ter progressões automáticas de carreira, se quer ter assistência médica de melhor qualidade que todos os outros comuns mortais, se quer fazer greve quando alguma destas injustiças (para os outros cidadãos, é claro) for posta em causa, mesmo que para isso prejudique milhares de estudantes, não hesite:
Vá para a função pública!!!

segunda-feira, junho 13, 2005

A figura do seculo XX

A história é normalmente feita por quem ganha, se assim não fosse Álvaro Barreirinhas Cunhal seria sem sombra de dúvida o maior vulto da política portuguesa do século XX. Álvaro cunhal foi desde a primeira hora um profundo opositor da ditadura, foi durante toda a sua existência alguém que sempre lutou por aquilo em que acreditava, ao contrário de outros que sempre defenderam aquilo que melhores perspectivas para o seu próprio futuro lhes reservavam.
Apesar de ter uma visão completamente distinta acerca do modelo de sociedade, não posso deixar de louvar a sua coerência, digo coerência pois antes e depois do muro cair, e numa altura em que a maior parte dos partidos comunistas viravam o bico ao prego, o PCP e fundamentalmente o seu líder mantiveram uma posição de grande firmeza e reveladora de um carácter acima de qualquer suspeita.
Não vou mentir, dizer que a sua actuação politica foi isenta de erros é falso, nem tão pouco dizer que o seu modelo de sociedade é executável em democracia, não é, e penso que ele o sabia melhor que ninguém pois era um profundo conhecedor de todos os regimes comunistas mundiais.
Preso e torturado no antigo regime, Álvaro Cunhal foi sem qualquer sombra de duvida um revolucionário, um homem que lutou pela liberdade e que sofreu na pele a crueldade do regime se Salazar.
Na mesma semana em que faleceu outra referência do período pós revolucionário Vasco Gonçalves, a morte de Álvaro Cunhal é mais um duro golpe no moribundo Partido Comunista Português, ele era a coluna vertebral de um partido feito à sua imagem, sem ele tudo fica ainda mais difícil.
Apesar de não ser comunista, não posso deixar de exclamar:
“Até amanha camarada”

quarta-feira, junho 01, 2005

Os franceses disseram não e agora?

Vou nos próximos tempos estar bem atento ao que se vai passar, sou europeísta convicto, esta decisão do intragável povo francês foi à sua imagem arrogante, é de esperar que todos os povos arrogantes da Europa sigam esta tendência, e meus amigos sem França e Reino Unido a Europa não será uma realidade, isto para já não falar da Holanda e outros países que irão optar pelo não.
As consequências de tudo isto são várias, a divisão da Europa nunca nos tornará mais fortes.
É certo que todos os estados reclamam a sua identidade enquanto pais, mas pelo que conheço do projecto de constituição europeu, a soberania de cada estado nunca estaria posta em causa.
O tratado é inevitável, o não destes países só servem emperrar a máquina. A Europa não pode dar-se a esse luxo, passos atrás são baixas irremediáveis no confronto económico com as potências estabelecidas, mas não só, nunca esquecer as economias emergentes, o perigo vem daí.

O descrédito na política, portuguesa e não só, é total. Não é por acaso que, excepção feita ao último acto eleitoral, a abstenção tem valores muito elevados.
Aproximam-se as eleições autárquicas e todos nós temos uma palavra a dizer. Sendo estas as eleições que apresentam um maior grau de proximidade politico-cidadão, a reflexão critica acerca dos candidatos pode ser também mais eficaz.
Chega de encarar a vida politica como se de um jogo de futebol se tratasse, não é possível ter a visão de um adepto de futebol quando são as nossas vidas que estão em jogo. Os partidos políticos apesar de assentarem numa base ideológica, são a cada momento a imagem dos seus líderes. Tendo por base o atrás citado, e possuindo as eleições autárquicas um carácter pessoal e não partidário, isto é, são eleições de pessoas e não de partidos políticos é muito natural que a flutuação de votos pelos candidatos seja uma realidade.
Em conformidade com esta realidade, e apesar de ser em tese um Socialista convicto, não me repugnaria, nem tinha qualquer tipo de problema em votar nas eleições que se aproximam num candidato apoiado por qualquer outra força politica.
Isto não será de todo em todo possível, quer na freguesia a que pertenço, mas sobretudo no município, não existem candidatos de outra forças políticas à altura, que me pudessem fazer alterar o sentido do meu voto.
Apelo no entanto que façam esta reflexão antes de colocarem o boletim na urna, é muito importante que tenham a mais profunda convicção que estão a contribuir com o vosso voto para a melhoria das condições da vossa comunidade.
É possível que a vida dos municípios seja cada vez melhor, faz o melhor pelo teu, não votes por votar, informa-te do programa de cada um, e no fim toma a tua decisão em plena consciência pois só assim contribuis para uma melhor sociedade.
O município somos todos nós!!!